SOBRE O BLOG
Desde a adolescência, em que se iniciam muitos questionamentos na vida, eu sentia que precisava achar algo dentro de mim mesma. Mas não tinha ideia de como fazer isso. Me interessava por livros de autoconhecimento, como o Corpo Fala (Pierre Weil), A magia da Comunicação (Lair Ribeiro) e Inteligência Emocional (Daniel Goleman). Lia, mas não conseguia pôr em em prática.
Nisso, o tempo ia passando e o autoconhecimento cruzava minha vida de forma pontual. Seguia o padrão da sociedade, terminei o ensino médio, fiz faculdade, arrumei emprego, casei, tive filho. Não que não estivesse satisfeita com essas escolhas, mas faltava algo em mim mesma. Durante esse percurso, necessitei algumas vezes dar prioridade à saúde mental. Fiz terapia algumas vezes em que estava difícil lidar com os sentimentos sozinha.
Dentre tudo que passei, com certeza a maternidade foi o que mais mexeu com minhas emoções. Minha primeira gestação foi tranquila até às 22 semanas (5 meses), em que entrei em trabalho de parto e, depois de uma semana, perdi meu bebê. Passei um tempo sentindo um vazio estranho, nada fazia sentido. Nem percebi, na época, que estava vivenciando o luto, mais a bagunça hormonal do fim da gravidez. O livro O Poder do Agora, (Eckart Tole) me ajudou a ir saindo do fundo do poço.
Na segunda gestação, que foi emocionalmente intensa desde o início, já que foi através de fertilização in vitro, passei por muitas intercorrências. Sangramento, hipotireoidismo, abertura do colo do útero, cerclagem, repouso a gestação toda. Quem passou por isso sabe o quanto é angustiante. Ainda assim, tive um parto prematuro de 28 semanas e muitos dias frequentando UTI, vivendo um dia de cada vez. Foram quase 3 meses de internação. Muita oração e meditação. Um enorme teste para a saúde mental.
Enfim, com filho nos braços, começaram mais questionamentos. Mudanças de prioridades que abalaram carreira, relacionamento, e a mim mesma. Como conciliar tantos papéis?, como educar meu filho da melhor forma?, Como encontrar a mulher no meio de tudo isso? E aí, a necessidade de autoconhecimento deu as caras outra vez. Comecei a ver vídeos, ouvir podcasts, ver artigos na internet e redes sociais. Descobri na neurociência, na comunicação não violenta, na psicologia positiva e na meditação e nas práticas integrativas, uma nova paixão. Acho que comecei a encontrar um rumo pra mim. Mas ficava tudo no campo das ideias ainda.
Não o bastante, com toda essa situação de pandemia e isolamento social em pleno 2020, que já mexe com o psicológico de qualquer um, me descobri grávida novamente. Pra quem achou que não poderia mais engravidar naturalmente, ganhei de presente de aniversário. No início, confesso que foi complicado lidar com isso, já que não estava nos planos, fora o trauma das gestações anteriores.
Todas as preocupações assolaram a mente novamente. Algumas se concretizaram. Passei pelo repouso novamente, vivendo cada dia e cada sintoma, buscando equilibrar a saúde e as emoções.
Confirmei que só estamos bem quando corpo e mente estão bem. Se não cuidarmos do nosso corpo, do nosso templo físico, nossa mente se esvai. Se não cuidarmos da mente, nosso corpo abre as portas para as enfermidades.
E, para isso, encontrei nas práticas naturais um caminho para esse equilíbrio. Meditação, Yoga, Terapias milenares como Ayurveda e Medicina Tradicional Chinesa, e Naturopatia.
Nesse caminho, vou descobrindo muito mais o meu interior, feminino, que é cíclico e assim devemos trilhar nossa vida.
Então resolvi compartilhar o que tenho aprendido e continuo aprendendo. Vou construindo minha jornada de tijolinho em tijolinho, e tem sido uma grande escola de autoconhecimento e autocuidado.
Cris Gois